quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Bachna Ae Haseeno (2008)

CUIDADO, GAROTAS! O RANBIR CHEGOU!

Kapoor in da house!
C: Aviso: muito da história do filme será contado, pessoal. 

I: O filme conta a história de Raj Sharma (Ranbirzinho queridinho Kapoor), um rapaz cujos impulsos amorosos conduzem a vida, vivendo inconsequentemente nesse sentido, sem se preocupar com os sentimentos das parceiras. Nele, Raj vive três romances em três épocas diferentes: Mahi, em 1996; Radhika, em 2002; e Gayatri, em 2007.

Arrasando com as meninas.


Acho interessante ver como o filme trata o primeiro romance como aquela coisa preciosa, com musiquinhas, estrelas e fofuras. A Mahi é uma DDLJmaníaca e seu maior sonho é encontrar seu Raj. E quem aparece? Ele mesmo, Raj. Acontecem coisas bem filmescas (encontros em estações de trem, "te levo pra casa a salvo" básico, etc.). Ele descobre que ela é prometida a outro, mas os dois prosseguem mesmo assim. How romantic. Até que eles chegam ao aeroporto, onde ela reencontrou a família e deveria seguir seu caminho com promessas de amor eterno, e... Mahi entreouve (bem naquele estilo "estou parada te olhando como uma idiota, e você continua falando asneiras, oh!") uma conversa na qual Raj conta a seus amigos bobões o quão hot ela era, como ele se aproveitou... Bem, amor acabado, fim dessa história. 

Já no segundo romance... Radhika (Bipasha Basu ou Jessica Alba - juro que achei parecida, ok?) surge na vida de um Raj mais bem-sucedido em sua carreira na forma de vizinha gata. E é claro que nosso pegador das arábias não deixaria de notá-la. Romance vai, romance vem, os dois começam a dividir apartamento, o que na mente de Ranbir é algo de caráter meramente temporário, afinal ela é uma moça "adiantada"... Então ele é promovido para um cargo que o levaria a Sidney e conta a ela, esperando um término amigável... só que ela entende como sinal de que devem se casar. E começam os preparativos da parte de Radhika e tentativas de esquivar de Raj. No dia do casamento, a moça é deixada para trás enquanto Sharma voa para Sidney com o melhor amigo bobão, Sachin.

Nenhuma foto dela no táxi ficou boa...
Anos depois, na Austrália, ele conhece Gayatri após levar um fora em seu táxi (sim, ela é taxista) e aos poucos vai sendo cativado por seu jeito espontâneo, feliz e independente, bem Deepika. Sim, você leu certo: cativado. Nosso Raj estaria se apaixonando pela primeira vez. E musiquinhas num cenário igual ao de "O Girl You're Mine" (Housefull), romance e mais romance. Uma vez apaixonado, Raj quer se casar. Arma todo um cenário (velas demais) e a pede em casamento. Contudo, é recusado: Gayatri já havia lhe dito que não gostaria de se casar. Nunca. Seu mundo desmorona exatamente como os de suas ex-namoradas, e ele consegue nitidamente se lembrar (momento flashback) do que as fez passar.

Com isso ainda nem chegamos na Intermission (ou, no português casual, pausa pro banheiro)... E a partir daí vemos Raj voltando ao passado e reencontrando suas ex na tentativa de conseguir o perdão, para poder enfim seguir em paz. Com direito a cenas interessantes e a aparição de Kunal Kapoor punjabi. 

Uma coisa da qual não gosto muito em filmes indianos assim é a forma como os mocinhos sempre são capazes de fazer tudo, como tirar um conversível do bolso e dirigir até o lugar mais lindo do mundo, no qual encontrará uma iluminação digna de festa de casamento e um banquete cinco estrelas. Em Bachna, ele só arranja uma orquestra no meio de uma praça na Suíça para cantar uma música indiana. Só. Aposto que se eu for para um mercado na Espanha eles vão tocar Character Dheela pra mim. 

C: Comigo é o oposto: o impossível tornando-se possível em segundos é uma das coisas de que mais gosto nos filmes indianos. Muito disso vem do fato de eu afastar muito os filmes da minha vida, o que é facilitado por cenas com conversíveis tirados do bolso. Filmes assim deixam muito clara para mim a fronteira entre Bollywood e o mundo real, o que é saudável no modo como encaro a vida. E não vou contar como é este modo, há.

Encher uma praça australiana com velas: uma onda.
I: De uns tempos para cá eu venho gostando mais do Ranbir Kapoor. Não só por ele ser um Kapoor (cof), mas por um certo frescor (sobre o qual a Carol já falou em postagens anteriores) em sua atuação. E, nesse filme, esse frescor é tanto bem-vindo quanto não é. Existem cenas em que se encaixa perfeitamente, outras não. Por exemplo, quando Raj se conscientiza dos erros e começa a se arrepender, acontecem daquelas cenas de emoção: olhos perdidos, expressão vazia, discurso tocante e sábio, música triste ao fundo e close em seu rosto. Olha, sou só eu ou essas cenas são mesmo irritantes? Céus, incluam mais naturalidade nisso!

Não chore, Raj, estamos aqui.

C: Bachna foi apenas o segundo filme do Ranbir (que bebê!), então dá para entender que ele não estivesse aquilo tudo o que podemos esperar de um filme tão grande (produtora famosa, gravações em quatro países). Este assunto é um pouco difícil para mim porque sou muito tolerante com o crescimento profissional do Ranbir, especialmente em relação a este filme. Tem muita coisa com a qual não concordo ali, mas tenho paciência para os draminhas da Yash Raj. Como a Isa citou, o Raj entrou numa onda de discursos emocionados quando sofreu tanto quanto as mulheres que magoou no passado. Calma aí, tem certeza de que o sofrimento foi o mesmo? Está aí a coisa que mais me incomoda neste filme: a Gayatri sempre foi sincera com o Raj a respeito do desejo de ser independente e de não querer casamento, o que não a impediu de namorá-lo e ser feliz com ele. Sendo assim, por que ele a pediu em casamento? Considerou o discurso dela como algo vazio, talvez pensando que no fundo é o que toda garota quer? (Carol indignada – nível 1). A diferença entre o sofrimento dele e o da Mahi e Radhika é que elas realmente foram enganadas, então tinham todos os motivos para não mais acreditarem no amor – especialmente a Mahi, que era muito novinha quando tudo aconteceu. Já ele ainda tinha ali alguém que gostava dele, mas com objetivos de vida diferentes (e repito: estavam claros desde o início!). 

Por tudo isto e mais um pouco que as tais cenas dos “olhos vazios” me irritam mais pelo contexto em si do que pelo clichê que são: na minha concepção, o Raj estava refletindo tudo errado (existe isto?). Aquela carinha de nada era coisa do Ranbs, mesmo. 

I: Pela primeira vez, incrivelmente, gostei da Bipasha. Apesar de ter sido só na primeira parte, quando ela é uma mocinha apaixonada, devota e fofa. Há uma beleza singela e sensual na forma como ela age, diferente (ou quase) da "sou gostosa" que ela costuma ser. Já a Deepika é minha queridinha, me deixa feliz vê-la nos filmes com aquela personalidade forte e ao mesmo tempo fofa, de uma vitalidade bonita. Não que a forma de atuar tenha tido muitas novidades, mas é desse jeito tipicamente Deepika que eu gosto.



C: Na fase de ainda não saber que o Raj é canalha, minha favorita é a Mahi. Ela me faz pensar em menininhas que ficam trancadas no quarto vendo A Nova Cinderela e sonhando com um garoto sensível como o personagem do Chad Michael Murray, que escrevia coisas como “Vivo num mundo em que as pessoas fingem ser o que não são” (sim, sou velha e ando lembrando deste filme sem motivo aparente). Dá vontade de sacudir e dizer “Minha filha, DDLJ é só um filme! E o Raj dele nem é grande coisa!”. Na fase em que o Raj a procura para pedir perdão, gostei de ela ter ficado cética em relação à vida e ao amor. Isso tem cara de acontecer com quem sofre uma desilusão muito intensa quando muito jovem, e a Mahi não me parecia muito resistente.


Também gosto de ver a Suíça e daquela cara de bobinha da Minissha Lamba, por quem sinto uma forte afeição por causa deste filme. A mesma coisa que a Isa disse sobre a atuação da Deepika: nada demais, mas a gente se apega. Quero dizer, a Isa se apega. A Deepika estava com cara de nada no filme (combinando com o Ranbir, hein?) e achei engraçado como ela trabalhava em todos os empregos do mundo e estudava só na maquiagem e no saltinho, sem nem sombra de olheiras. Mas tudo bem, isto não me incomodou tanto. A Bárbara já me ensinou há muito tempo a valiosa lição da suspensão da descrença.

A henna escorrendo :(
Na fase do Raj arrependido, minha favorita é, sem sombra ne-nhu-ma de dúvidas, a Radhika. Ao contrário da Isa, pouco me importei com ela na primeira fase. Não é certo nos vingarmos das pessoas com tanta intensidade (ela fez o Raj de escravo quando ele perguntou o que poderia fazer para conseguir seu perdão), mas quem disse que é fácil não fazer isto? O homem a abandonou no dia do seu casamento. Vestida de noiva. Chorando na chuva. Sem deixar um bilhetinho de adeus. Já posso dar uma surra?

Você é diva, Radhika!
O que gosto nela não é nem tanto o que faz com o Raj, mas a atuação da Bipasha ao gritar tudo o que ele a fez sentir. Ela poderia ser jogada no lixo porque era uma garota moderna que morava com o namorado? Seria ela menos que qualquer outra mulher, menos que uma mocinha submissa de sári? Achei incrível que mesmo com todo o dinheiro e fama que conseguiu posteriormente, ela nunca tivesse perdido o sentimento de que havia sido abandonada porque valia pouco. Faz com que eu reflita sobre o quão profundas podem ser as marcas deixadas nas outras pessoas pelas minhas ações. Hum... entendi agora! O Raj também percebeu isto. Pensando melhor, o filme tem a característica muito legal de mostrar um herói confessando que errou e pedindo perdão à mulheres. É, o mundo ainda não está perdido.

Minha personagem favorita dela.
A trilha sonora é da dupla Vishal-Shekhar, sendo o quatro trabalho dela que comentamos aqui. Não há nada muito original, mas considero-a uma das melhores trilhas dentre as que tem um estilo mais jovem e moderno. Começando pela música-título do filme, Bachna Ae Haseeno. É uma releitura de uma música de mesmo nome do filme Hum Kisise Kum Naheen (1977), estrelado pelo amor da minha vida e pai do Ranbir, Rishi Kapoor. Espiem aqui o trabalho do Rishi ji. A versão atual mesclou a voz do Kishore Kumar (um dos meus favoritos) com a do Vishal Dadlani e o resultado ficou bem legal. É engraçado ver o Ranbir em clima de sedução com as três heroínas, porque pelo menos para mim ele não estava lá muito sedutor.

E dá-lhe Kunal Kapoor de turbante!
Jogi Mahi é o musical mais tradicional e mais bonito do filme, e nele é mostrado o Raj reconciliando Mahi com seu marido, Jogi (Kunal Kapoor). É um musical repleto de cores, do tipo que faz a pessoa se apaixonar por Bollywood.


Small Town Girl é um dos musicais que mais gosto do Ranbir no mundo todo (animei)! Além de estar dançando em praça pública, a dancinha dele é tão divertida... se tem uma coisa que gosto de ver, é gente que parece estar se divertindo ao dançar. Minha noção de "bom dançarino" é totalmente não técnica, tanto que gosto muito mais de ver o Ranbir e o Shahrukh Khan dançando do que o Hrithik Roshan, por exemplo. Também gosto de Aahista Aahista porque a Minissha é adorável e a Suíça, mais ainda.

Dançar numa praça italiana: outra onda.
Khuda Jaane é muito famosa e as pessoas acham linda, mas rio muito com o Ranbir fazendo movimentos clássicos de clipes românticos e não consigo levá-la a sério.

Acho engraçado. Sóri ae, sociedade.
É por me apresentar tanto conteúdo para reflexão que adoro este filme. A atuação do Ranbir poderia ter sido um pouco melhor e a da Deepika também, mas não foi nada ruim a ponto de me querer fazer desistir do filme. No resultado final, foi uma moral muito estranha embrulhada em um papel bonito. É bem a cara do diretor Siddharth Anand. Como filmes hiper coloridos são meu fraco (não terminei falando bem da bomba Tees Maar Khan?), funcionou para mim.

I: Concluindo: vale a pena conferir Bachna Ae Haseeno, mas sem esperar muita coisa, porque é aí que ele o surpreenderá. E bom Ranbisshapika¹ para vocês!  

(¹ - Joguinho ridículo de palavras que resultou num nome estranho até demais)

2 comentários:

  1. Adorei a postagem meninas, vocês são demais. Adoro o jeito de vocês.

    Beijos

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  2. Valeu, Vini! :)

    Obs que não escrevi no post: gosto de ver Bachna, mas nem chega perto de ser um dos meus favoritos.

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