quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Seeta Aur Geeta (1972)

I: Nossa postagem de hoje será sobre o doce e fofo filme Seeta Aur Geeta, de 1972 (ótima época) e estrelando nossa querida Hema Malini, o muito gato Dharmendra e Adamastor Pitaco Sanjeev Kumar.

Considero a história como uma novela mexicana invertida. Num bom sentido, é claro. Por quê? Bem, logo no começo do filme vemos a cena em que uma mulher em trabalho de parto e seu marido pedem abrigo a um casal de ciganos, que os levam para dentro e a ajudam a parir o bebê. Nasce uma bela menina, e o pai, emocionado, disse que, se tivesse tido gêmeas, daria uma para o casal criar. E com isso os pais vão embora, felizes da vida. Pois é. Acontece que o casal de fato teve gêmeas, e a esperta cigana ficou com uma das filhas para criar como sua.

E então o filme avança para anos depois, mostrando uma casa aparentemente rica e nossa bela Hema Malini trabalhando como Cinderela, explorada por sua tia má, prima insuportável e irmão da tia pior ainda. No começo pensei que essa gêmea fosse a pobre, mas... não! É Seeta, cujos pais morreram e a custódia recaiu sobre a vil Kaushalya (Devdas feelings). Sofreeta... digo, Seeta é uma doce moça que vê flores pelo mundo e cuida da avó enferma, porém a pressão na mansão é tão grande que ela não aguenta. Implora a Deus por uma salvação.


C: Neste momento você se vê amando Seeta e pronto(a) para passar horas aguentando sofrimento com ela, quando então ouvimos sons de tambores... e surge Raka (Dharmendra) com um sorriso que faria uma mulher concordar com qualquer coisa que ele dissesse. Pulando, sorrindo e rodopiando aos sons desses tambores surge Geeta, a irmã gêmea de Seeta que foi criada na pobreza. A irmã pobre neste caso é a feliz da história! Geeta é independente, destemida, linda e radiante. Diferentemente da frágil Seeta, não permite que ninguém a humilhe. E esta personalidade forte acaba por roubar o filme (e a nossa preferência). Cabe aqui expressar nossa admiração pelo trabalho de Hema Malini, que realmente fez com que as irmãs parecessem pessoas distintas. Geeta é cigana e trabalha fazendo perfomances na rua com Raka e um garotinho esperto do qual não sei o nome.

Um dia, Seeta decide fugir por não aguentar mais seu sofrimento diário. Numas viradas que vão acontecendo na história, Geeta vai à delegacia ajudar uma criança e lá o delegado a confunde com Seeta, logo ligando para a família desta. Geeta acaba indo para a casa desta família depois de quebrar a delegacia toda. Ao mesmo tempo, Seeta tenta cometer suicídio ao se jogar de uma ponte. Nosso lindo Raka a salva e Maria do Bairro Seeta vai parar na humilde e acolhedora casa de sua irmã.



I: Antes de prosseguir, deixe-me apresentar a família simpática da Seeta. A mulher de expressão modificada pela raiva é tia Kaushalya e o galã de a. C. é o Zé bonitinho, digo, irmão malvado da tia:


Então, como eu ia dizendo... A destemida Geeta, ante esta animadora família, não se acanha, não! Ela põe ordem na casa e não aceita ser maltratada. E nós cada vez mais admirando a Geeta, enquanto Seeta fica cozinhando, lavando roupa e rezando na humilde casa cigana, recebendo o amor de uma mãe e lidando com o gatíssimo vagabundo Raka, por quem ela vai desenvolvendo um lindo amor.

E, enquanto isso, Geeta dá uma lição nos integrantes da mansão, fazendo as melhores cenas do filme:


E eu preciso comentar sobre a injusta, totalmente injusta escolha de mocinhos para o filme. Dharmendra, nosso Raka, é uma gracinha. Certo, ele é vagabundo, não faz nada da vida, bebe à noite... mas é bonito (loira mode on). É um bom mocinho para essa trama digna de novela mexicana.

Agora... O namorado da Geeta. De onde saiu este homem? De onde, me digam? Quer dizer, talvez minha tia Gláucia o considere um ótimo partido, gatíssimo, mas... Ela é minha tia. A figura é esta ao lado.

E como eles se conheceram? Ele era um pretendente de Seeta, que desejava ter numa esposa uma mulher casta, sensível, que soubesse realizar bem tarefas caseiras; no entanto, a tia malvada fez com que Seeta se comportasse como uma mulher moderna e mal-vestida no primeiro encontro, e a pobre fez tantos deslizes que a família de Adamastor Ravi saiu da casa furiosa e decepcionada. Porém, com mais uma reviravolta do destino, Geeta (se passando por Seeta) e ele se encontraram e... l'amour!

C: Namorados gatos e feiosos à parte, a história segue com Seeta ganhando o amor que nunca teve e Geeta dando à família do mal os limites que seus integrantes nunca tiveram. Muito vai acontecendo e o filme acaba passando por drama, romance, (um pouco de) ação e comédia. A trilha sonora para isto tudo é surpreendentemente doce e divertida . De autoria de R.D. Burman, tem cinco músicas, dentre as quais nossa favorita é Zindagi Hai Khel. Ela traz tambores, Hema Malini vestida de cigana, sorrisos, Dharmendra gato, Manna Dey e Lata Mangeshkar. O amor é inevitável, eu sei. Particularmente, também amo Koi Ladki Koi Ladka pela letra fofa e porque tenho tendência a amar tudo o que Kishore Kumar cante com Lata Mangeshkar.

Seeta Aur Geeta é um filme que deve seu sucesso ao excelente trabalho de seus atores. Há muitos momentos canastrões, mas não achar isso em Bollywood - principalmente nos anos 70 - é difícil. Na verdade, muito da graça estava nesses momentos. A tia de Geeta com suas caras e bocas é daquele tipo que uma criança assiste aos seis anos e tem altas chances de não mais esquecer. E que dizer do Zé Bonitinho? Um ator do qual nunca havíamos ouvido falar e que ainda continua sendo motivos de nossas piadas. Sanjeev Kumar (o Adamastor) fez um bom papel, mas já está claro que Dharmendra nos conquistou. Ele conseguiu fazer um Raka chato e briguento acabar sendo querido por nós, sendo que o personagem tinha uma moral bem menos confiável que a do outro herói. Raka bebia, gritava, e reclamava. E nós... sorrindo. Dharmendra tem algo de especial, até seus olhos sorriem. Sua química com Hema Malini (com quem é casado) é visível e um dos pontos altos do filme.

I: E é por isso que eu recomendo Seeta Aur Geeta (está ficando clichê dizer isso) àqueles que querem assistir a um filme leve, que te faz torcer pelos personagens principais e gosta de uma pitada da fórmula de novelas mexicanas no meio. Quando comecei a vê-lo não imaginei que não fosse conseguir parar, e não consegui mesmo. Recomendamos! =)

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Vídeos adoráveis!

C: Vocês já ouviram falar da família Kapoor? É a família mais importante/influente/bombada de Bollywood. Em toda geração Kapoor há um ou mais novos astros do cinema indiano,  são quase jurássicos. Para ter uma ideia, Raj Kapoor (queridinho nosso), Rishi Kapoor, Kareena Kapoor e Ranbir Kapoor fazem parte da mesma família.

Vim mostrar algo rápido de uma pequena parte da família Kapoor que está no meu coração. 
Máfia Família Kapoor e a parte que nos interessa!

Rishi Kapoor e Neetu Singh, astros do cinema indiano dos anos 80. Casaram-se em 1980 e Ranbir Kapoor (o nosso Ranbs) é seu filho. Um dos casais mais fofos de todos os tempos (na minha mente)!

Na semana passada, Rishi e Neetu foram ao programa Sa Re Ga Ma Pa, que é uma espécie de Ídolos, e fizeram uma performance improvisada de um número que executaram no filme Amar Akbar Anthony, de 1977. Aliás, gostaria que alguém me avisasse caso encontre uma legenda boa para este filme...tento vê-lo há muito tempo.

Enfim, vamos aos vídeos:

O original: Parda Hai Parda, cantada pelo infinitamente maravilhoso Mohammed Rafi.





No Sa Re Ga Ma Pa de 1º de outubro deste ano.


Se Rishi e Neetu algum dia se separarem, deixo de acreditar no amor. 


Até  mais!

sábado, 4 de setembro de 2010

Devdas (2002)

I: A tarefa que temos hoje, aqui no blog, não é nada fácil. Quer dizer, não que seja fácil falar sobre filmes normalmente, pelo menos eu considero dificílimo, mas creio que a dificuldade deste post será um pouco maior. Falaremos sobre o filme Devdas, que provavelmente muitos de vocês já conhecem, ou já viram, ou já ouviram falar.

Eu devo dizer que já o assisti pelo menos umas cinco vezes, e cada vez mais fica difícil defini-lo. Creio que porque uma hora a história toma uma complexidade estranha para mim, na outra fica extremamente leve e agradável, e na outra fica fútil, vazia a mensagem do longa.

C: Devdas foi lançado em 2002 e é baseado na história criada em 1917 por Sharat Chandra Chattopadhyay. O filme foi dirigido por Sanjay Leela Bhansali e conta a história do amor entre

Devdas (Shahrukh Khan) e Paro (Aishwarya Rai), que eram amigos na infância e foram separados quando, cansado de sua indisciplina, o pai do nosso Dev o manda estudar em Londres. Paro fica super pra morrer muito triste e, segundo uma linda tradição que não sei se existe ou se é do filme, mantém acesa uma vela para que seu amor volte para casa. Sete anos depois Dev volta ao lar, para a alegria de sua família e também a de seus vizinhos, a família da nossa Paro. Antes mesmo de ir ver sua mãe, que estava ansiosa por seu retorno, Devdas já vai à casa de Paro. Assim começam as intrigas do filme, principalmente manifestadas pelos comentários da cunhada de Dev para a mãe deste. O inconveniente de uma união com a família de Paro, socialmente inferior à de Devdas, é sempre ressaltado pelo cunhada desagradável.

O amor entre Devdas e Paro vai se desenvolvendo à vista de todos sem que ninguém tome uma atitude até que a mãe dela, Sumitra (Kirron Kher), fala sobre o assunto numa reunião na casa de Devdas. Sumitra é humilhada na frente de todos e promete que casará sua filha com uma família mais rica do que aquela. É a partir daí que os poucos incentivos e muitos obstáculos ao amor dos dois ficam claros. Devdas, um homem fraco, não aguenta a pressão de ter que enfrentar seu pai e sai de casa. Na casa de seu amigo Chunnibabu (Jackie Shroff) escreve para Paro dizendo que o amor deles nunca existiu realmente e que não poderia enfrentar o pai. Paro super fica com raiva sente o peso da humilhação e aceita se casar com o homem que sua mãe arranjou.


Enquanto isso Devdas quer esquecer de tudo e vai para um bordel com o nosso querido Chunibabbu, onde é apresentado à prostituta Chandramukhi (Madhuri Dixit). Devdas não suporta o clima do bordel, arrepende-se de ter abandonado Paro e decide voltar para ela. Chandramukhi sente que aquele homem era diferente dos outros e acaba por ele se apaixonando.

Devdas não consegue fazer Paro desistir do orgulho seguir com seu casamento e não aguenta (é, de novo) o peso da separação. Encontra na bebida a sua companheira e aí começa uma história de muuuito, muuuito sofrimento.



I: Esta versão de Devdas é encantadora por vários motivos, sendo um dos principais seus cenários deslumbrantes, figurinos deslumbrantes, artistas deslumbrantes, trilha sonora deslumbrante. Entende? O filme foi feito para o sucesso. O cenógrafo não teve medo de exagerar na opulência de cada detalhe, cada detalhe mesmo. E o filme é rico neles, um deleite para os olhos.

E é justamente isso que levanta a minha maior indignação com o filme. Por vezes, você esquece os pequenos rumos da história e se perde no cenário. E, se começa a observar isso, pensa: é assim mesmo que é para ser? Não sei se consegui me expressar de modo claro. O que eu quis dizer é, quando você vê o filme com olhos mais atentos ao roteiro, às falas e não só principalmente ao cenário, começa a observar algumas pequenas falhas (perdão, Devdas' lovers...)...

Por exemplo, eu nunca mesmo diria que a família da Paro é de um nível inferior à família do Devdas. Jamais. Ambas as mansões são deslumbrantes, ricas, todos se vestem de maneira excepcional e tudo o mais.

Outra coisa que me incomodou a partir da 3ª vez que eu vi o filme é uma certa falta de coerência sentimental nos personagens. Afinal, por que Chandramukhi se apaixonou por Devdas? Por ter sido rejeitada cruelmente por ele? Pela sua falta de gentileza pungente? Ou porque o personagem é interpretado pelo belíssimo Shahrukh? Fica no ar a dúvida.


E algo que pode se tornar exaustivo ao longo do filme, só para terminar esta pequena lista de

críticas, são as falas dotadas e interpretações poéticas e metafóricas... O que pode ser lindo para uma pessoa de coração rosa repleto de poesia, mas para quem não tem muito saco para metáforas (como eu), às vezes se torna cansativo. Salvo cenas que se tornam lindas exclusivamente por causa destas poetices, como o reencontro de Devdas e Paro.

Além do mais, alguns diálogos do filme são excelentes. As cenas de discussão acaloradas, se observadas com cuidado, são muito bem elaboradas, e a atuação, principalmente de Madhuri, está maravilhosa.

Creio que Devdas se torna inesquecível principalmente por causa de sua beleza, sendo tanto um banquete aos olhos quanto aos ouvidos, porém sem podermos desprezar também detalhes da história, que se tornam encantadores tanto quanto angustiantes. Por fim, devo dizer que é um filme que recomendo que assistam, é um clássico e é lindo que dói.

C: Tudo o que a Isa pontuou são os motivos para eu ter odiado o filme na primeira vez em que assisti e odiado com todas as forças do meu ser na segunda. A terceira não conta muito porque,

né, vi o filme TRÊS vezes e ainda por cima foi no cinema e com a Isa. Até American Pie ficaria especial desse jeito, e assim o foi com Devdas. De todo modo, sempre há algo que gostamos e no meu caso não tenho nem dúvidas de quem foram as músicas. É a minha trilha favorita e o será para todo o sempre! Foi composta por Ismail Darbar e todos os sons mais mágicos do mundo estão presentes nela, que em grande parte foi cantada por dois dos cantores que mais amo: Udit Narayan e Shreya Ghoshal. Gostaria de falar mais de uma ou outra canção, porém todas são tão maravilhosas que ficaria mal de não comentar alguma. O mesmo posso dizer de todos os clipes, que em sua maioria logo viraram clássicos do cinema indiano (não percam Maar Dala e Dola Re Dola). Sinto uma certa vergonha por num mar de clipes tão perfeitos talvez meu favorito ser... Chalak Chalak.


Mesmo normalmente sendo partidária do princípio de que só deve assistir o que se quer, a palavra "obrigatório" não basta para expressar a importância de Devdas para o cinema indiano. Os que gostam e os que não gostam da obra provavelmente ainda passarão um bom tempo a discuti-la e acredito que isto seja ótimo, mesmo tendo eu por um bom tempo brigado discutido incessantemente o filme com os fãs. É assim que deve ser cinema: movedor de emoções,fazer com que mesmo após o fim do filme ainda o estejamos pensando. E com sua linda, elegante e confusa Chandramukhi (Madhuri, te amamos), seu autodestrutivo Devdas e sua orgulhosa e (às vezes) doce Paro, é claro que Devdas move emoções por onde passa.

I: E por isso escolhemos Devdas hoje, por isso o post ficou nesse tamanho "de bolso" e por isso pode parecer confuso para quem o ler, com tantas opiniões contrárias. E para você que se sentir confuso, só tenho um conselho a dar: assista ao filme e então nos entenderá.



quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Thoda Pyaar Thoda Magic (2008)

C: Thoda Pyaar Thoda Magic é um dos filmes do diretor Kunal Kohli interpretado pelo casal Saif Ali Khan e Rani Mukerji. Conta uma história cheia de elementos tristes e bonitinhos: Ranbeer Talwar (Saif Ali Khan) é um homem rico, sério e amargo que um dia se envolve num trágico acidente de carro e nele acaba matando um casal. O que ele não sabia é que este casal tinha quatro filhos e que seria sentenciado pelo juiz a adotá-los, tendo de levar todos para viverem em sua casa. Não é interessante ficarmos pensando no absurdo de uma sentença dessas, senão o filme perde a graça. As crianças sentem ódio de Ranbeer pela morte de seus pais e lideradas por Vashisht (Akshat Chopra), o irmão mais velho, vão para sua nova casa decididas a transformar a vida de Ranbeer em um inferno. Na mira das criancinhas vingativas entra até Malaika (Ameesha Patel), a namorada patricinha de Ranbeer que tenta fazer de tudo para agradar, mas não consegue deixar de ser chata. Vendo tanta infelicidade, Deus (Rishi Kapoor) reúne seu Conselho de anjos no céu para decidir como ajudar aquela família. Decidem enviar a bagunceira Geeta (Rani Mukerji), um anjo da pesada que vai aprontar altas confusões. Sentiram o clima Sessão da Tarde?

I: Pois é, e é nesse clima de Sessão da Tarde que o filme prossegue. Tudo em ambiente ameno, com bastantes efeitos especiais da parte de Geeta e travessuras das crianças. Vale ressaltar que o Saif neste filme era um homem um tanto amargurado, viciado em trabalho e a última coisa que queria na vida era ter essas quatro crianças em sua cola. E o pior: as crianças de fato faziam tudo para se vingar dele, pois Vashisht (o inconformado irmão mais velho) o tomava como assassino de seus pais e influenciava seus outros irmãos a pensarem assim. Com o passar do filme, o pobre Ranbeer vai tentando conquistar as crianças, de formas diferentes. Se você estiver num momento em que não quer pensar, somente se divertir com um clima gostoso e leve, assista a esse filme. Se você gosta de um Saif Ali Khan um tanto macho e irritável à la Parineeta, assista também, não irá se arrepender.



C: Bulbula. Ah, Bulbula. Foi um dos clipes que mais me deu vergonha alheia nos últimos tempos. É por meio dele que somos apresentados ao anjo Geeta, surge bem no início do filme. Muitos podem achar fofo ou ao menos engraçadinho, mas ao meus olhos e aos da Isa, o diretor estava de fanfarronice e queria brincar com efeitos na hora de fazê-lo. Vemos Rani Mukerji remando na lua, Rani Mukerji envolta em bolhas de sabão que contém o seu rosto, Rani Mukerji em uma carruagem puxada por anjos, Rani Mukerji voando em notas musicais. O clima é muito Fantástico nos anos 80, ficou estranho.



I: Outro detalhe que achei inútil foi o das ilustrações no meio de uma cena. Quando o anjo querido explicava às crianças como serem boas e se comportarem, apareciam ilustrações em forma de desenho, com o que ela dizia. Foi nessa cena que eu percebi que o filme era infantil. Apesar de que no clipe da música Lazy Lamhe a coisa pega fogo. Agarrões, mão aqui, mão ali, expressões sexy. Ui, ui. Eu não deixaria meu filho de três anos olhar para essa cena. Ok, talvez deixasse.


C: Agora, as crianças. São dois meninos e duas meninas:Vashisht (Akshat Chopra), Iqbal (Rachit Sidana), Aditi (Shriya Sharma) e Avantika (Ayushi Berman). Todas elas tem seus próprios medos e inseguranças, chamando a atenção o caso de Iqbal: ele foi adotado pelos pais e tem vergonha de ser sikh, diferente dos irmãos. Geeta presta atenção a esses detalhes das crianças e todo o seu esforço é para que Ranbeer também os veja, pois só assim as crianças sentirão que alguém se importa com elas. Quem mais dificulta a aproximação entre as crianças e seu guardião é Vashisht, que não consegue aceitar o assassino de seus pais. Os menores ficam muito confusos entre saber que devem odiar Ranbeer e a sensação de que afinal, ele não é tão ruim assim.

I: Mas, apesar de tudo, adoramos o temperamento forte de Vashisht, que bate e muito com o de Ranbeer, dando umas cenas bem engraçadinhas ao filme.



C: Thoda Pyaar Thoda Magic (um pouquinho de amor, um pouquinho de mágica) é um filme que agrada a quem espera entretenimento simples e não uma daquelas histórias que arrebatam e nos fazem chorar por horas seguidas. Apesar dos momentos Lazy Lamhe, é um bom filme para mostrar às crianças. Fala de perdão, do amor construído com o tempo, do mal que faz guardar mágoas por muito tempo. É uma pena que não tenha feito sucesso, particularmento não entendo como alguém pode resistir à Rani Mukerji com aqueles cabelos lindos (!), olhos sorridentes e aquela mistura de Mary Poppins com Maria Von Trapp que são as roupas dela. Gostamos e recomendamos!


I: Gostamos e recomendamos, mas lembre-se: assista-o se precisar de um momento leve e descontraído, pois não encontrará grandes reflexões no filme. Só uma Rani Mukherji excepcionalmente fofa e um Saif macho e gato.
Até o próximo post, companheiros. ;}

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Índice de filmes

A



B
Bachna Ae Haseeno (2008)


D
Devdas (2002)



K
Kal Ho Naa Ho (2003)


O
Om Shanti Om (2007)




S
Seeta Aur Geeta (1972)



T
Thoda Pyaar Thoda Magic (2008)


Om Shanti Om (2007)

I: Para inaugurar o blog, eu e minha ilustríssima amiga Carol não tínhamos ideia de que filme poderíamos falar sobre. De um mais atual? De um blockbuster? De uma relíquia? E, de repente, fez-se a luz. Por que não Om Shanti Om?


Om Shanti Om é um filme que não recomendo a iniciantes em Bollywood. Apesar de, a princípio, a história ser bem simples: um figurante chamado Om (ninguém mais, ninguém menos que Shahrukh Khan) vive sua vidinha pacata de figurante, com seu querido amigo Pappu (Shreyas Talpade), e nutre uma paixão platônica pela dreamy girl Shantipriya. (Deepika Padukone). Sua chance começa quando a salva de um incêndio no set e a conhece melhor. Porém, o amor de Om por Shanti não seria uma coisa tão simples assim, e, mesmo após Main Agar Kahoon's, nem tudo segue azul com bolinhas brancas. A história dá sua primeira reviravolta.


Om descobre que Shanti é casada com ninguém mais, ninguém menos que o produtor Mukesh Mehra (Arjun Rampal), em segredo, por todo esse tempo. E, nesta mesma conversa que ele ouve acidentalmente, Shanti revela estar grávida. Seu mundo desaba. Mais tarde, Om presencia, Mike trancar Shanti no estúdio e pô-lo em chamas... E, ao tentar salvá-la, tudo explode, ele voa longe e... morre.

Porém, antes de morrer, o astro Rajesh Kapoor (Javed Sheikh) o encontra ensanguentado na estrada e leva-o a um hospital, para o qual já estava indo, uma vez que sua esposa estava prestes a dar à luz. A cena é bem-feita: enquanto Om deixa sua vida, uma nova vida surge no quarto da esposa de Rajesh Kapoor.

E esse mesmo bebê que nasce ali, naquele momento, revela-se a reencarnação de Om Prakash. Om Prakash, o figurante que sempre havia desejado ser famoso e ter todas as regalias que pudesse ter, torna-se Om Kapoor, filho de um rico astro indiano.

Não revelarei muito mais sobre a história porque, apesar de que por mim contaria até a cor das meias do Shahrukh neste filme, tenho que manter o suspense.

C: Om Shanti Om foi um dos primeiros filmes indianos que vi e definitivamente penso que não é para iniciantes. Por quê? Porque apesar de a sinopse trazer aquele drama todo, o filme também é todo engraçadinho. Ele faz piada de toda e qualquer pessoa de Bollywood e tem zilhares, milhares, trilhares de participações especiais. Lá estão atores tirando sarro dos tipos de filmes que fazem, de suas manias, das manias dos outros (Sr. Manoj Kumar que o diga!). É genial ver atrizes como Rani Mukerji e Preity Zinta falando “Somos apenas bons amigos”: frase básica de atriz que não está a fim de confessar que está de caso com alguém. Mais genial ainda é ver Akshay Kumar (GATO) com uma arma na região genital(opa!) atirando em bandidos. Coisas que só tem a mesma graça se você já conhece pelo menos um pouco daqueles atores, se tem alguma ideia do que eles estão zoando.

I: Sempre vi Om Shanti Om como um filme em homenagem ao cinema indiano, mesmo sem conhecer muito do mesmo. Nota-se, pelo estilo do humor e das cenas, que tem algo por trás. E, mesmo quem conhece muito de Bollywood, ainda deixa escapar alguns detalhes do filme, de primeira. Na realidade, eu ainda deixo vários, e olha que não vi o filme poucas vezes!

O que torna Om Shanti Om tão especial é o fato de ele concentrar, no mesmo filme, pitadas de vários gêneros: romance, suspense, humor, terror. Tudo muito bem controlado e bem feito, para você assisti-lo e ter o gostinho de “quero mais”. Apesar de ter dito que não o recomendo para iniciantes, creio que qualquer público pode apreciar a história, mas, é claro, perderá a melhor parte que as piadas têm a oferecer.

C: Bem, e Om Shanti Om tem um dos momentos mais lindos e raros de Bollywood: o clipe da música Deewangi Deewangi. O que há de especial nele é haver 31 (!) atores de Bollywood dançando e cantando juntos! Não é a mesma coisa que artistas se unirem pra cantar “We Are The World” (uma iniciativa louvável, nada contra); no caso de Deewangi Deewangi a união é pelo puro prazer da diversão e para prestigiar o tão querido e lindo Shahrukh Khan. Há atores de diferentes gerações e graus de importância, e cada um dá um toque especial à música. Quem já viu o clipe muitas vezes como fiz, não esquece da troca de olhares sensuais e depois brincalhões entre Kajol e Shahrukh; do modo estranhíssimo de Dharmendra dançar ; das carinhas fofas de Shabana Azmi e Juhi Chawla; do clima Go-Go Bar criado por SRK, Sanjay Dutt, Salman Khan e Saif Ali Khan dançando em cima de um balcão. Há muito mais entre os itens que nos fazem amar esse clipe, não sendo um deles o jeito de bruxa da Rekha ao passar a mão no rosto do nosso herói (medo).

I: Não existem só razões para gostar-se de Deewangi Deewangi, e sim de toda a trilha sonora composta por Vishal-Shekhar, que nos traz músicas maravilhosas, para todos os climas do filme. Se você não gostar de assistir a Om Shanti Om, pelo menos das músicas irá gostar!

Tantos motivos para gostar deste filme...! Os atores, as músicas, as danças, o significado dele para o cinema... Justamente por Om Shanti Om ser tão mágico que o escolhemos para ser nossa primeira postagem. Para trazer um pouquinho dessa magia para vocês, leitores. E um pouco de cada sentimento que temos ao assistir a esse e a outros filmes.

C: Não podemos esquecer que também escolhemos Om Shanti Om para deixar claro na memória de todos nós que Arjun Rampal não deve usar bigode e que Shahrukh Khan fica lindo com cabelo tigelinha.

Comentários inúteis à parte, realmente viemos dividir com vocês um pouco da magia que o cinema indiano trouxe às nossas vidas. Todo esse encantamento está presente em cada momento de Om Shanti Om e esperamos que também possa estar na vida de vocês (...nem que seja só às vezes?).