quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Bachna Ae Haseeno (2008)

CUIDADO, GAROTAS! O RANBIR CHEGOU!

Kapoor in da house!
C: Aviso: muito da história do filme será contado, pessoal. 

I: O filme conta a história de Raj Sharma (Ranbirzinho queridinho Kapoor), um rapaz cujos impulsos amorosos conduzem a vida, vivendo inconsequentemente nesse sentido, sem se preocupar com os sentimentos das parceiras. Nele, Raj vive três romances em três épocas diferentes: Mahi, em 1996; Radhika, em 2002; e Gayatri, em 2007.

Arrasando com as meninas.


Acho interessante ver como o filme trata o primeiro romance como aquela coisa preciosa, com musiquinhas, estrelas e fofuras. A Mahi é uma DDLJmaníaca e seu maior sonho é encontrar seu Raj. E quem aparece? Ele mesmo, Raj. Acontecem coisas bem filmescas (encontros em estações de trem, "te levo pra casa a salvo" básico, etc.). Ele descobre que ela é prometida a outro, mas os dois prosseguem mesmo assim. How romantic. Até que eles chegam ao aeroporto, onde ela reencontrou a família e deveria seguir seu caminho com promessas de amor eterno, e... Mahi entreouve (bem naquele estilo "estou parada te olhando como uma idiota, e você continua falando asneiras, oh!") uma conversa na qual Raj conta a seus amigos bobões o quão hot ela era, como ele se aproveitou... Bem, amor acabado, fim dessa história. 

Já no segundo romance... Radhika (Bipasha Basu ou Jessica Alba - juro que achei parecida, ok?) surge na vida de um Raj mais bem-sucedido em sua carreira na forma de vizinha gata. E é claro que nosso pegador das arábias não deixaria de notá-la. Romance vai, romance vem, os dois começam a dividir apartamento, o que na mente de Ranbir é algo de caráter meramente temporário, afinal ela é uma moça "adiantada"... Então ele é promovido para um cargo que o levaria a Sidney e conta a ela, esperando um término amigável... só que ela entende como sinal de que devem se casar. E começam os preparativos da parte de Radhika e tentativas de esquivar de Raj. No dia do casamento, a moça é deixada para trás enquanto Sharma voa para Sidney com o melhor amigo bobão, Sachin.

Nenhuma foto dela no táxi ficou boa...
Anos depois, na Austrália, ele conhece Gayatri após levar um fora em seu táxi (sim, ela é taxista) e aos poucos vai sendo cativado por seu jeito espontâneo, feliz e independente, bem Deepika. Sim, você leu certo: cativado. Nosso Raj estaria se apaixonando pela primeira vez. E musiquinhas num cenário igual ao de "O Girl You're Mine" (Housefull), romance e mais romance. Uma vez apaixonado, Raj quer se casar. Arma todo um cenário (velas demais) e a pede em casamento. Contudo, é recusado: Gayatri já havia lhe dito que não gostaria de se casar. Nunca. Seu mundo desmorona exatamente como os de suas ex-namoradas, e ele consegue nitidamente se lembrar (momento flashback) do que as fez passar.

Com isso ainda nem chegamos na Intermission (ou, no português casual, pausa pro banheiro)... E a partir daí vemos Raj voltando ao passado e reencontrando suas ex na tentativa de conseguir o perdão, para poder enfim seguir em paz. Com direito a cenas interessantes e a aparição de Kunal Kapoor punjabi. 

Uma coisa da qual não gosto muito em filmes indianos assim é a forma como os mocinhos sempre são capazes de fazer tudo, como tirar um conversível do bolso e dirigir até o lugar mais lindo do mundo, no qual encontrará uma iluminação digna de festa de casamento e um banquete cinco estrelas. Em Bachna, ele só arranja uma orquestra no meio de uma praça na Suíça para cantar uma música indiana. Só. Aposto que se eu for para um mercado na Espanha eles vão tocar Character Dheela pra mim. 

C: Comigo é o oposto: o impossível tornando-se possível em segundos é uma das coisas de que mais gosto nos filmes indianos. Muito disso vem do fato de eu afastar muito os filmes da minha vida, o que é facilitado por cenas com conversíveis tirados do bolso. Filmes assim deixam muito clara para mim a fronteira entre Bollywood e o mundo real, o que é saudável no modo como encaro a vida. E não vou contar como é este modo, há.

Encher uma praça australiana com velas: uma onda.
I: De uns tempos para cá eu venho gostando mais do Ranbir Kapoor. Não só por ele ser um Kapoor (cof), mas por um certo frescor (sobre o qual a Carol já falou em postagens anteriores) em sua atuação. E, nesse filme, esse frescor é tanto bem-vindo quanto não é. Existem cenas em que se encaixa perfeitamente, outras não. Por exemplo, quando Raj se conscientiza dos erros e começa a se arrepender, acontecem daquelas cenas de emoção: olhos perdidos, expressão vazia, discurso tocante e sábio, música triste ao fundo e close em seu rosto. Olha, sou só eu ou essas cenas são mesmo irritantes? Céus, incluam mais naturalidade nisso!

Não chore, Raj, estamos aqui.

C: Bachna foi apenas o segundo filme do Ranbir (que bebê!), então dá para entender que ele não estivesse aquilo tudo o que podemos esperar de um filme tão grande (produtora famosa, gravações em quatro países). Este assunto é um pouco difícil para mim porque sou muito tolerante com o crescimento profissional do Ranbir, especialmente em relação a este filme. Tem muita coisa com a qual não concordo ali, mas tenho paciência para os draminhas da Yash Raj. Como a Isa citou, o Raj entrou numa onda de discursos emocionados quando sofreu tanto quanto as mulheres que magoou no passado. Calma aí, tem certeza de que o sofrimento foi o mesmo? Está aí a coisa que mais me incomoda neste filme: a Gayatri sempre foi sincera com o Raj a respeito do desejo de ser independente e de não querer casamento, o que não a impediu de namorá-lo e ser feliz com ele. Sendo assim, por que ele a pediu em casamento? Considerou o discurso dela como algo vazio, talvez pensando que no fundo é o que toda garota quer? (Carol indignada – nível 1). A diferença entre o sofrimento dele e o da Mahi e Radhika é que elas realmente foram enganadas, então tinham todos os motivos para não mais acreditarem no amor – especialmente a Mahi, que era muito novinha quando tudo aconteceu. Já ele ainda tinha ali alguém que gostava dele, mas com objetivos de vida diferentes (e repito: estavam claros desde o início!). 

Por tudo isto e mais um pouco que as tais cenas dos “olhos vazios” me irritam mais pelo contexto em si do que pelo clichê que são: na minha concepção, o Raj estava refletindo tudo errado (existe isto?). Aquela carinha de nada era coisa do Ranbs, mesmo. 

I: Pela primeira vez, incrivelmente, gostei da Bipasha. Apesar de ter sido só na primeira parte, quando ela é uma mocinha apaixonada, devota e fofa. Há uma beleza singela e sensual na forma como ela age, diferente (ou quase) da "sou gostosa" que ela costuma ser. Já a Deepika é minha queridinha, me deixa feliz vê-la nos filmes com aquela personalidade forte e ao mesmo tempo fofa, de uma vitalidade bonita. Não que a forma de atuar tenha tido muitas novidades, mas é desse jeito tipicamente Deepika que eu gosto.



C: Na fase de ainda não saber que o Raj é canalha, minha favorita é a Mahi. Ela me faz pensar em menininhas que ficam trancadas no quarto vendo A Nova Cinderela e sonhando com um garoto sensível como o personagem do Chad Michael Murray, que escrevia coisas como “Vivo num mundo em que as pessoas fingem ser o que não são” (sim, sou velha e ando lembrando deste filme sem motivo aparente). Dá vontade de sacudir e dizer “Minha filha, DDLJ é só um filme! E o Raj dele nem é grande coisa!”. Na fase em que o Raj a procura para pedir perdão, gostei de ela ter ficado cética em relação à vida e ao amor. Isso tem cara de acontecer com quem sofre uma desilusão muito intensa quando muito jovem, e a Mahi não me parecia muito resistente.


Também gosto de ver a Suíça e daquela cara de bobinha da Minissha Lamba, por quem sinto uma forte afeição por causa deste filme. A mesma coisa que a Isa disse sobre a atuação da Deepika: nada demais, mas a gente se apega. Quero dizer, a Isa se apega. A Deepika estava com cara de nada no filme (combinando com o Ranbir, hein?) e achei engraçado como ela trabalhava em todos os empregos do mundo e estudava só na maquiagem e no saltinho, sem nem sombra de olheiras. Mas tudo bem, isto não me incomodou tanto. A Bárbara já me ensinou há muito tempo a valiosa lição da suspensão da descrença.

A henna escorrendo :(
Na fase do Raj arrependido, minha favorita é, sem sombra ne-nhu-ma de dúvidas, a Radhika. Ao contrário da Isa, pouco me importei com ela na primeira fase. Não é certo nos vingarmos das pessoas com tanta intensidade (ela fez o Raj de escravo quando ele perguntou o que poderia fazer para conseguir seu perdão), mas quem disse que é fácil não fazer isto? O homem a abandonou no dia do seu casamento. Vestida de noiva. Chorando na chuva. Sem deixar um bilhetinho de adeus. Já posso dar uma surra?

Você é diva, Radhika!
O que gosto nela não é nem tanto o que faz com o Raj, mas a atuação da Bipasha ao gritar tudo o que ele a fez sentir. Ela poderia ser jogada no lixo porque era uma garota moderna que morava com o namorado? Seria ela menos que qualquer outra mulher, menos que uma mocinha submissa de sári? Achei incrível que mesmo com todo o dinheiro e fama que conseguiu posteriormente, ela nunca tivesse perdido o sentimento de que havia sido abandonada porque valia pouco. Faz com que eu reflita sobre o quão profundas podem ser as marcas deixadas nas outras pessoas pelas minhas ações. Hum... entendi agora! O Raj também percebeu isto. Pensando melhor, o filme tem a característica muito legal de mostrar um herói confessando que errou e pedindo perdão à mulheres. É, o mundo ainda não está perdido.

Minha personagem favorita dela.
A trilha sonora é da dupla Vishal-Shekhar, sendo o quatro trabalho dela que comentamos aqui. Não há nada muito original, mas considero-a uma das melhores trilhas dentre as que tem um estilo mais jovem e moderno. Começando pela música-título do filme, Bachna Ae Haseeno. É uma releitura de uma música de mesmo nome do filme Hum Kisise Kum Naheen (1977), estrelado pelo amor da minha vida e pai do Ranbir, Rishi Kapoor. Espiem aqui o trabalho do Rishi ji. A versão atual mesclou a voz do Kishore Kumar (um dos meus favoritos) com a do Vishal Dadlani e o resultado ficou bem legal. É engraçado ver o Ranbir em clima de sedução com as três heroínas, porque pelo menos para mim ele não estava lá muito sedutor.

E dá-lhe Kunal Kapoor de turbante!
Jogi Mahi é o musical mais tradicional e mais bonito do filme, e nele é mostrado o Raj reconciliando Mahi com seu marido, Jogi (Kunal Kapoor). É um musical repleto de cores, do tipo que faz a pessoa se apaixonar por Bollywood.


Small Town Girl é um dos musicais que mais gosto do Ranbir no mundo todo (animei)! Além de estar dançando em praça pública, a dancinha dele é tão divertida... se tem uma coisa que gosto de ver, é gente que parece estar se divertindo ao dançar. Minha noção de "bom dançarino" é totalmente não técnica, tanto que gosto muito mais de ver o Ranbir e o Shahrukh Khan dançando do que o Hrithik Roshan, por exemplo. Também gosto de Aahista Aahista porque a Minissha é adorável e a Suíça, mais ainda.

Dançar numa praça italiana: outra onda.
Khuda Jaane é muito famosa e as pessoas acham linda, mas rio muito com o Ranbir fazendo movimentos clássicos de clipes românticos e não consigo levá-la a sério.

Acho engraçado. Sóri ae, sociedade.
É por me apresentar tanto conteúdo para reflexão que adoro este filme. A atuação do Ranbir poderia ter sido um pouco melhor e a da Deepika também, mas não foi nada ruim a ponto de me querer fazer desistir do filme. No resultado final, foi uma moral muito estranha embrulhada em um papel bonito. É bem a cara do diretor Siddharth Anand. Como filmes hiper coloridos são meu fraco (não terminei falando bem da bomba Tees Maar Khan?), funcionou para mim.

I: Concluindo: vale a pena conferir Bachna Ae Haseeno, mas sem esperar muita coisa, porque é aí que ele o surpreenderá. E bom Ranbisshapika¹ para vocês!  

(¹ - Joguinho ridículo de palavras que resultou num nome estranho até demais)

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Analisando Personagens: Mocinhas Tagarelas!

C: Nos filmes indianos há tipos variados de heroínas. Há aquelas cheias de glamour que estão no filme mais para serem bonitas do que qualquer coisa, as doces (às vezes apáticas) que precisam do mocinho para tudo, as independentes modernas que se viram sozinhas. 

Hoje vamos falar de um tipo que inunda alguns filmes. Ela pode ser muito irritante ou conquistar o seu coração nos primeiros minutos (e se você for uma pessoa estranha, as duas coisas). Tem um jeito falante e nada reservado, faz o herói carrancudo voltar a sorrir e ver o mundo com mais cores. É aquela heroína cheia de vida, conhecem? Sem ela, os clipes do filme não tem graça! Vamos lembrar de algumas? O critério usado não é ser apenas feliz: elas tem que ter feito o herói ranzinza encontrar a felicidade. Se vocês conseguirem lembrar de mais alguma, compartilhem conosco!

Nossa, quanta breguice para um dia só.

  • Khushi (Rani Mukerji em Chori Chori, 2003)

C: A Khushi levou alegria ("Khushi" significa alegria, pegou?) à vida do sério Ranbir (Ajay Devgan) — e também à minha — com todos aqueles sorrisos e pulos pelos campos. Ela é exatamente a descrição de menina feliz da introdução, não há muito o que acrescentar. Khushi e Ranbir vivem um falso noivado que (olha a surpresa!) acaba se tornando um amor de verdade.

Seria uma personagem fácil de irritar, mas a Rani Mukerji consegue fazer mágica e a transformou em um ser adorável (e engraçado). Talvez porque ela não grite muito, apenas seu modo de falar que é animado. E o sorriso, claro. Aquele sorriso enorme e brilhante da Rani preenchendo a tela é algo bom demais de se ver. Como sou tão apaixonada pela Rani quanto pelo filme, decidam se minha opinião merece crédito. Khushi não tem família e sonha em ter uma, e os olhos sonhadores e vivos da Rani me fizeram torcer muito para que conseguisse tê-la. Adorei como ela conquistou a família do Ranbir sem necessariamente mudá-la — eles já eram legais daquele jeito. Khushi cativa as pessoas por onde quer que passe, trata bem a todos...é exatamente a heroína cheia de vida. Além disto, a química com o Ajay está incrível e ficou ainda melhor por tudo acontecer em Shimla, lugar que adoro ver em filmes. Shimla me faz suspirar.

Encha sua vida de Khushi!

Parei, gente.
Shimlaaaa!

  • Geet (Kareena Kapoor em Jab We Met, 2007)

C: Essa é complexa. No começo a detestei porque ela não calava a boca e não deixava o pobre do Aditya (Shahid Kapoor) pensar na sua infelicidade após ter sido deixado pela mulher que amava. É muito perigoso não gostar da heroína cheia de vida por ela ser tagarela, já que esta é sua característica mais forte. Porém, a Kareena conseguiu me ganhar quando Geet e Aditya estavam no trem e as cenas iam mostrando flashes dela falando sem parar enquanto o pobre Aditya fazia cara de “matem-me, por favor”. Tive que rir. Além disto, Geet não tem medo de arriscar. Bem diferente de mim, mas gosto disto.

I: Ainda a acho uma personagem irritante, mas acho que é toda essa loucura, essa forma despojada de ser e extremamente espontânea que fez com que nosso Shahidinho se apaixonasse. E o melhor tipo de amor: aquele que não se descobre de cara, aquele que vem na forma de uma surpresa.

C: O mais legal da Geet é que ela ensina o Aditya a sorrir (este post terá muitos clichês), só que chega um momento em que a tristeza a toma de tal forma que nem ela mais consegue sorrir. Aí, é ele quem a resgata. Este lado humano do “às vezes a vida pode ficar pesada demais até para mim” permite que o público se conecte mais à personagem. Não, estou errada. O mais legal da Geet não é o que faz pelo Aditya, mas a força para lutar pelo que quer. Dando no que desse, foi lá e se jogou no seu sonho de casar com um carinha lá do qual gostava. Ter conhecido o Aditya no meio disto foi bônus...



  • Anjali (Kajol em Kabhi Khushi Kabhie Gham, 2001)

C: Mal lembro deste filme que me esforço para apagar da minha mente e muito menos dessa tal Anjali, mas o recordo me faz achá-la irritante, gritalhona, chata, merecedora de um tapa. Ela tinha uma vozinha tão irritante, e aqueles gritinhos estridentes...credo! Pelo pouco que lembro também, ela foi seguindo o que o personagem do Shahrukh Khan decidia.

K3G me irita tanto!

Kajol, ainda te amo.

I: Anjali, Anjali! Sou muito suspeita para falar porque adoro a Kajol e gosto de K3G. Eu tampouco consigo me lembrar perfeitamente da personagem ou do filme, mas lembro que gostei. Uma das coisas que ocorre ao longo do filme é que a Anjali vai adquirindo uma certa maturidade, desde o momento em que se apaixona até o que isso a faz passar na história. Gosto muito dessa personagem. E, claro, SRK dil se.

C: Para mim, essa tal maturidade não veio na forma de alguma atitude nova, mas sim por meio de menos gritos (quando ela ficou mais velha). Acho que poderiam ter abordado isto de um modo mais profundo. Sabe o que também acho? Que precisamos rever esta bombinha karanjoharíca!

  • Anokhi (Konkona Sem Sharma em Aaja Nachle, 2007)

C: A moça desleixada fazia de tudo para chamar a atenção de Imran (Kunal Kapoor), que se importava com ela tanto quanto me importo com o Harman Baweja. Como tive de procurar a Wikipedia para lembrar o nome dele, entendam o nível de interesse do Imran.

I: Harman Baweja: nascido no dia 13 de novembro de 1980, também conhecido como Wannabe Hrithik Roshan, tornou-se de certa forma famoso por ter interpretado Yogesh em What's Your Rashee?, um filme que Isa tão carinhosamente legendou.

C: A Konkona é uma atriz que costumo ver mais em papéis sérios, mas a Anokhi foi o primeiro dela que vi. Até hoje fico encantada ao lembrar como se entregou àquela personagem louca. A Anokhi não tinha medo de brincar (e brigar!) com os meninos como se fosse um deles e seu jeito bruto não agradava ao chatíssimo Imran. Apesar de o clima “patinho feio torna-se cisne” que deram à situação não me agradar tanto, acho que o que mudou nela para que conquistasse o Imran foi ter passado a ser um pouco menos invasiva. Hum...reflito agora se a heroína cheia de vida perdeu um pouco do brilho. Será que merecia mesmo estar neste post? Bem, façamos um brinde à Anokhi pré-transformação.

I: Exatamente. Conclusão: seja irritante, mas, para conquistar seu homem, torne-se um pouco mais parecida com os moldes de mulher aceitável socialmente.
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C: Eu ri.

  • Kalpana (Asin em Ghajini, 2008)
C: Tá aí uma que me irritou, mas juntamente com a Geet de Jab We Met, é um dos exemplos mais claros e clássicos do tipo de heroína que estamos tentando relembrar aqui. Ela grita e fala sem parar. Sem parar. Sem-parar. Mudou não só o humor do seríssimo empresário Sanjay (Aamir Khan), mas até mesmo o modo como ele tratava as pessoas e encarava a vida. Bom, ao menos serviu para isto. Alguém lembra mais dela? Prestei pouca atenção a Ghajini.

Conclusão: não gosto meio gostando.


  • Vaijanti (Juhi Chawla em Hum Hain Rahi Pyar Ke, 1993)

"Vesga? São seus olhos!"
C: Amo olhar para a Juhi Chawla desde a primeira vez, então é difícil uma personagem super alegre dela me incomodar. Uma das coisas que mais diferencia a Vaijanti das outras desta postagem é que ela teve de alegrar a vida não só do herói, mas também dos três sobrinhos dele! O Rahul (Aamir Khan) não estava conseguindo criar bem os sobrinhos, que haviam acabado de perder os pais. Vaijanti chegou e mostrou que ele deveria tentar entender os sentimentos das crianças. A Juhi parecia uma das crianças, há uma cena rápida em que elas comemoram o fato de terem enganado o Rahul e ela pulando é tão bonitinho!

Além do fato de ser fofinha/lindinha, um fato sobre a Vaijanti não pode ser esquecido: fugiu de casa para não ser obrigada pelo pai a se casar com um dançarino estranho. A Carol gosta de mocinhas fugindo da tradição para encontrar a felicidade? Siiiiiiiiiiim!

A Vaijanti fez o Rahul ser tão animado quanto ela. HHRPK é quase um filme infantil, me faz sorrir muito!

Este filme é o cúmulo da fofura!


  • Veera (Rani Mukerji em Dil Bole Hadippa! , 2009)

C: Ela se vestiu de homem para jogar críquete. Isto já diz muito! Apesar de o filme não ser muito profundo ao mostrar como isto se deu, a Veera conseguiu fazer o Rohan (Shahid Kapoor) ser menos fechado e curtir o clima do Punjab. Foi rápido, foi bobo, mas...ah, é a Rani.

I: E aí está uma que não mudou o jeito em nada para conquistar seu homem mal-humorado (e põe mal-humorado nisso, hein, Shashá?). Essa é uma das personagens mais cativantes da Rani na minha opinião. Adorável.

C: SHASHÁ HAHAHAHAHAHAHAHHAHAA


C: Off: as cores deste filme são tão lindas!


  • Geeta (Hema Malini em Seeta Aur Geeta, 1972)
C: Já falamos sobre Seeta Aur Geeta aqui no KK-B, mas não custa nada relembrar coisas boas. O que diferencia a Geeta das outras heroínas citadas é o fato de ela não ter mudado em grande coisa a vida do herói-cujo-nome-esqueci (Sanjeev Kumar), mas conduziu uma transformação completa numa casa onde injustiças aconteciam a todo momento. Ou seja, ela não tinha apenas alegria, mas senso de justiça e força para mudar o que considerava errado. Adoro muito esta personagem e a Sra. Hema Malini. Mais ainda, adoro filmes baseados em mulheres... especialmente quando nem todas estão se sacrificando!

I: Ainda mais se formos nos lembrar da cara de paisagem que era sua irmã gêmea, Seeta.



    • Simran (Anushka Sharma em Patiala House, 2011)

    C: Outra falastrona, mas Anushka pode falar o que e o quanto quiser, já que tem toda a moral comigo. De todos os heróis deste post, acredito que o Gattu (Akshay Kumar) seja o mais infeliz. Sendo assim, a Simran teve mais trabalho que as outras. E assim como gostei da "força" de algumas outras, também gostei da história da Simran, que mesmo muito nova, praticamente adotou um garotinho abandonado pela mãe e não hesitou em cuidar bem dele mesmo enfrentando os olhares acusadores das indianas fofoqueiras.

    O diferencial da Simran é que não foram apenas seu sorriso e o jeito feliz de ver a vida que mudaram o Gattu, mas o uso que ela fez dessas ferramentas para instigá-lo a correr atrás de seus sonhos. Às vezes não basta mudar apenas o pensamento, temos de começar com o ambiente. Incentivando o Gattu a realizar seu sonho de jogar críquete e envolvendo a família dele no plano para que isto fosse possível, ela deu o primeiro passo para que ele voltasse a sorrir — e ainda bem o que fez, pois me parte o coração ver o Akshay sofrendo.

    No fim, quem teve de ir lá encarar a vida foi ele e gostei muito disto.



    • Geeta (Rani Mukerji em Thoda Pyaar Thoda Magic, 2008)
    C: Rani, você é a rainha das mocinhas alegres?

    Não vale rir, gente!

    C: Mais uma personagem que mudou a vida de um homem e das criancinhas das quais ele cuidava. Vocês podem ler mais detalhadamente sobre o filme no post que escrevemos , mas um fator é determinante para diferenciar a Geeta da Vaijanti do HHRPK: ela era um anjo. Não um anjo do tipo "um doce de menina, um anjo", mas um anjo do tipo "moro no céu e converso com Deus"( sempre vou fazer piadinha com o fato de o Rishi Kapoor ser Deus, já que faz sentido na minha vida). Ela utilizou mágica para consertar as coisas, o que sempre rende uns momentos engraçadinhos (e me faz lembrar de Matilda). Todos já sabemos que ela mudou a vida do herói (Saif Ali Khan) e blá blá blá, então nos atenhamos ao fato de a Rani e o Saif terem uma bela química.

    I: *suspira* Esse é um dos filmes que eu paro pra reassistir frequentemente e suspirar mais um pouco, seja por causa da dose de fofura extrema, pelas cenas engraçadinhas ou pela química do casal. Sem contar que as coisas que ela faz ao longo do filme são ótimas também.



    Fazer este post me fez chegar a uma conclusão. Já existiram todas essas mocinhas felizes e contentes, um tanto malucas, mas todas elas em algum momento perdem um pouco da essência que cativou o mocinho e a nós mesmos, justamente no momento em que se apaixona ou descobre apaixonada, ou quando o casal começa a dar certo (e vêm os problemas). Algo morre, esmaece talvez? Elas se tornam mais sérias, choram e perdem aquela inesgotável loucura. E no final há o esboço da mulher tradicional de sempre. O amor é uma dor, não é mesmo?

    C: Não acho que elas percam algo da "essência", só adaptam o jeito que sempre tiveram a novas circunstâncias (não dá para sorrir e pular o tempo todo). E não é assim com todas! A única que mudou muito foi a Anokhi, mas as outras ainda eram as mesmas...não exatamente as mesmas já que tanto mudou em suas vidas, mas não ficam mais tristes.

    I: A linda pluralidade do ser.

    E encerramos o post dizendo que somos como essas mocinhas: inteligentes, felizes, saltitantes e irritantes (Ouço a risada sarcástica da Carol ao longe? Por quê?)

    segunda-feira, 12 de setembro de 2011

    Quem mais está no clima de Mausam?

    O povo aqui no Brasil (exagero mor) está em polvorosa para o lançamento de Mausam, o próximo filme do Shahid Kapoor. A Sonam também está no elenco, mas sabemos que ela não é a parte importante da coisa. O filme foi dirigido pelo meu sogrão, Pankaj Kapoor. Quer motivos para se animar? Veja os pôsters:



    Opa, você acha que viu...mas não pode ser...

    Sim, amigo. Você viu o que vi.

    Shahid Hitler Kapoor com um bigodinho ridículo.

    Evito ver canções e trailers antes dos filmes para não destruir minha surpresa, mas não resisti a espiar o trailer de Mausam e vi o clima Punjabi que tanto adoro. Mas algo me incomodou...


    Sou apenas eu a implicante, ou parece que o filme é todo sobre o Shahid atuar todo lindo (como sempre) e a Sonam ser bonita e fazer cara de nada? Já contei aqui que não me importava de a Sonam ser ruim, mas já é mais difícil de aceitar ser ruim como heroína do Shahid Kapoor. Isso me faz pensar em Kaho Naa...Pyaar Hai. Sempre leio por aí que o pai do Hrithik fez o filme para lançar o filho ao estrelato, sem dar a menor atenção à heroína interpretada pela Ameesha Patel. Será que a Sonam vai fazer uma heroína quietinha, sem opinião, sem vida, que só fica suspirando e servindo de escada para as falas do Shahid? Ando tão sem paciência para heroínas apáticas!



    Bom, pelo menos parece que as grandes histórias de amor estão voltando. E se a coisa for boa o Shahid pode voltar àquela maré boa da época Jab We Met (ou Vivah) e ganhar mil personagens onde possa fazer o que sabe tão bem: conquistar os corações das mocinhas inocentes. Tenho tendência a esperar pelos filmes dele ansiosamente e me dar muito mal com os resultados, mas o sogrão pode ter chegado para colocar ordem na casa. E lembram do banner que diz "Ainda acreditamos em você, Sonam"? Mausam pode ser a oportunidade de ela corresponder às nossas esperanças. 

    Tantos "serás"...agora é esperar por 16 de setembro (um dia especial na minha vida, então pode ser um bom presságio)! E para quem quiser, aqui está o site oficial do filme que é uma gracinha até o momento em que você não aguenta mais o tãnãnã da musiquinha.